Monday, September 25, 2006

O que realmente me aborrece...

Ontem à noite, em mais um dos meus domingos excitantes estendida na cama, com o melhor amigo da mulher solteira: o comando da televisão, deliciei-me a ver talvez o pior, dos piores programas da TV... o Big Brother Especial. É verdade, passados seis anos, a malta já estava esquecida daquela tragédia e eis senão quando, a TVI num rasgo de loucura televisiva, decidiu pela nonagésima vez mostrar e relembrar os melhores momentos desse Reality Show.
Como cereja no cimo do bolo, escolheu o BB I para nos deliciar, por ter imagens de AMOR, TRISTEZA, JOGO,SEXO, DROGAS e VIOLÊNCIA! Boa escolha, caso contrário ninguém teria visto.
Ora bem,tudo começou com Marco, Marta e Marquinho a verem e reverem as imagens sentados no sofá da sua sala acolhedora no Carregado: " Tás a ver filho, isto foi a casinha onde o papá e a mamã se conheceram e viveram..." .Até aqui tudo bem, pior foi quando aquelas duas inteligências a quem Deus por engano lhes deu um filho, decidiram mostrar à criança, algumas das imagens do seu pai com o vocabulário próprio de um... (sei lá... ninguém normal fala assim!!!). A pobre criança foi obrigada a ver o "pai com uma folha de alface no ", sim, porque à frente não trazia nada, e a gabar-se de estar "vestido" com a "roupinha" que a mãe lhe tinha dado, teve também de assistir ao ritual de acasalamento dos seus pais (diga-se de passagem que o ritual do urso polar é bem mais excitante e convincente) e, como senão bastasse assistiu ao consumar do acto entre Marco e Marta. Nenhuma criança merece isto!!! Nem o Marquinho porra. Só vos digo que aquele menino só descansou quando viu o pai a dar a "pézada" na menina que "gostava muito de sexo",nessa altura a criança exclamou: "Este sim é o meu paizinho.".
O programa ía intervalando com umas escapadelas à casa de Telmo e Célia, e pudemos ouvir os seguintes comentários:
Telmo-"Eu nesta altura era um gajo todo giro!". Eu respondi-Estás errado, quem não é bonito como tu, nunca o poderá ter sido algum dia. Por sua vez, Célia com ar de mulher casada há 26 anos: "Era tão bom naquela altura... havia paixão.". Confesso que o meu coração ficou pequenino, pois nitidamente vi que aquela criatura mais nova que eu, estava prestes a entrar numa menopausa precoce e que o seu casamento já tinha sido consumado e consumido até às últimas consequências e que a única alegria que ela ainda poderá ter no futuro é ser avó!!!

Terminado o programa, diga-se de passagem que a TVI só o passou porque não tinha nada para por na grelha, ajoelhei-me em cima da cama, levantei as mãos ao céu e gritei bem alto para que Deus me ouvisse:

OBRIGADA MEU DEUS POR NÃO SER MAIS UMA "CÉLIA" DESTA VIDA, OBRIGADA POIS EM VEZ DE ME TERES DADO UM MARCO OU UM TELMO, ME DESTE UM COMANDO DE TELEVISÃO. E JÁ AGORA PROMETO QUE DE FUTURO LHE VOU DAR MELHOR USO E NÃO MAIS "*ZAPPINGAREI" PARA A TVI.

*zappingarei - 1ª pessoa do sing. do futuro do verbo zappingarar (quem não tem casa e filhos para tratar é assim, diverte-se a enriquecer o léxico da sua própria língua).

Wednesday, September 06, 2006

A LUZ AO FUNDO DO TÚNEL


Foi dia 5 de Setembro que tive a minha primeira experiência mística. Sim... eu vi a luz e foi numa perspectiva em túnel. Estava eu sentada no 2º balcão do Pavilhão Atlântico, quando uma multidão entrou em delírio. Intrigada, fiz ZOOM no telemóvel para descortinar o que a minha vista não alcançava e... continuei sem ver nada... até que comecei a ouvir Pearl Jam!!! Àquela distância até podiam ser os DZert, mas como comecei a ouvir boa música, a hipótese foi rapidamente descartada!
Naquela noite foi como se tivesse novamente 16 anos, com o pequeno à parte de estar na realidade perto dos 30. Alguns dos amigos com quem eu partilhava a bancada comportaram-se não como jovens adolescentes e inconsequentes, mas como autênticos barris de cerveja...sim, porque eu ao pé deles senti-me um miserável six pack... no entanto sentía-me verdadeiramente feliz por estar naquele local, por estar com aquelas pessoas, a ouvir músicas que já tinham sido "nossas", que marcaram épocas felizes e outras nem tanto... a alegre tristeza foi quando demos conta que catorze anos tinham passado, mas felizmente a maioria de nós viveu e sobreviveu à adolescência. Outros como nós não tiveram essa sorte e infelizmente, hoje em dia embora vivos, têm grandes planos para o futuro, como por exemplo construir um empreendimento turístico em Marte. Há quem os chame de loucos, outros de Nostradamus, eu cá apelido-os de "drogados", mas enfim são opiniões! o que interessa é que a maior parte de nós cresceu bem e se algum dia nos quisermos dedicar ao ramo da construção civil, com certeza não necessitaremos de recorrer ao grande latifúndio que é o sistema solar e obviamente encontraremos um terreno baldio neste nosso planeta azul.
Bom, aproveitando o tema da droga, voltemos então a Pearl Jam. É certo que estas "pérolazitas" já tiveram o seu tempo, mas felizmente e apesar das quantidades de vinho ingeridas, Eddie Vedder (Ed para os amigos), teve o discernimento de cantar boas e velhas canções.É certo que cantou algumas novas, mas a malta não o levou a mal e nem sequer ouve discussão sobre isso.
O problema durante aquelas longas e intensas horas de concerto foi a distância que me separava do Eddie, eram sinceramente 5 a 7 Km, tão longe e ao mesmo tempo tão perto... não me digam que o sacana do homem com a "guita" que faz nos concertos já não tinha tido dinheiro para comprar um painel digno de uma praça SONY!?!?!bom, mas esta conversa com certeza iria remeter novamente para o assunto da droga... adiante.
Senti-me verdadeiramente especial , quando no clímax do momento o vocalista de Pearl Jam (perdoem-me as almas mais sensíveis) se dirigiu ao público (onde eu estava incluída) e gritou: "Vocês são do Caráliu" e aí sim... senti-me no céu. Nenhum homem até hoje me fez sentir tão especial quando "me" dirigiu aquelas doces e sábias palavras , realmente o Eddie sabe como agradar uma mulher...
Terminado o concerto, cansada de todo aquele êxtase e também de alguns dos meus amigos a quem que fiz questão de comunicar que só me aparecessem à frente na semana seguinte, fui para casa e finalmente deitei-me com o corpo moído e com a "doce" sensação de quem tinha sido acariciada por uma retroescavadora,mas que se lixe, foi uma noite em GRANDE!